Desde o começo da pandemia, pesquisas alertam para o aumento da violência doméstica e colocam como fatores principais o maior tempo de convivência com agressores e a dificuldade em procurar ajuda durante o isolamento. Agora, há uma explicação preponderante sobre o porquê desse número ter crescido no Brasil. Segundo levantamento inédito do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicado na última segunda-feira (7), a maior parte das vítimas aponta a questão financeira como grande problema.

De acordo com o estudo, batizado de “Visível e invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil”, para 25,1% das entrevistadas, a falta de autonomia financeira, impulsionada pelo aumento do desemprego, foi o que as deixou mais vulneráveis. Maior convivência com o agressor foi citado por 21,8%, e dificuldade de procurar a polícia, por 9,2%. No geral, uma em cada quatro brasileiras sofreu algum tipo de violência no último ano, seja ela física, psicológica ou sexual. Entre as agressões físicas, houve oito casos a cada minuto.

Na medida em que a mulher não tem dinheiro, sofrer violência passa a ser uma questão secundária, porque o mais importante é comer. Não tem como sair de casa uma vez que não consegue se sustentar. Então essa vítima vai se tornando mais tolerante.

Quando falamos em violência doméstica, associamos mulher e marido. Mas a pesquisa nos mostra que precisamos olhar para outros tipos de situações que também estão ocorrendo dentro de casa. Mulheres acima de 45 anos são mais agredida por filhos e filhas, as mais jovens, por pai e padrasto ou companheiro ou ex-companheiro.

via Universa/UOL